Corpobolados – embolando na 10ª Mostra Movimento em Palavra

Este post é dedicado a um trabalho que temos realizado desde o começo de 2013 chamado “Corpobolados” a ideia começou com um vídeodança que talvez alguns de vocês já tenham visto por aí. E, como tudo que é potente nessa vida não pode terminar em apenas um única coisa! E assim continuamos pesquisando e resolvemos voltar para o lugar onde eu e meus dois parceiros Giovanni Vergo e Gabriel Martins nos sentimos mais confortáveis: a cena. Dessa forma surgiu o Corpobolados Trio- uma experimentação cênica, que já foi apresentado na 3º edição do Desdobramentos, evento produzido pelo Necitra, e na Mostra de Dança Verão desse ano que é organizada pelo Centro Municipal de Dança. Entretanto a cada vez que surge a oportunidade de levarmos esse trabalho para compartilharmos com o público ele se modifica, se expande e se esclarece.

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Apresentação no 3º Desdobramentos – Foto de Yamine Benites.

 

Sendo assim, nesse final de semana os nossos corpos embolados e bolados estarão levando esse diálogo entre tango e malabarismo para um dos espaços de grande reconhecimento da cidade ao se tratar de dança contemporânea que é a sala 209. E a parte mais legal é que vamos participar da 10ª Mostra Movimento e Palavra, onde além de dançar e compartilhar com vocês esse estudo em andamentos ainda teremos um espaço bacana para discutirmos e comentarmos os aspectos desse processo.

 

Então fica a dica gente sábado à partir das 19h na sala 209 no Gasômetro 10ª edição da Mostra Movimento e Palavra confere o blog da divulgação do evento:

Divulgação 10ª Mostra Movimento e Palavra

E para quem não viu segue o link do vídeodança Corpobolados:

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Diálogos Constantes entre CORPOS/OBJETOS

Como falar de um grão de areia no meio do deserto? É assim que me encontro ao tentar expor o processo que venho desenvolvendo este ano no Necitra. Acho importante situar que desde final de 2012, ao conhecer o malabarista/bailarino Gabriel Martins (também integrante do Núcleo e hoje em dia meu principal colaborador) tenho buscando pensar a relação entre os corpos e os objetos. Pensando nesse encontro através de uma perspectiva de diálogo entre corpos, nos quais não existiriam sobreposições de poderes entre um corpo sobre outro. Essa ideia vem permeando meu trabalho artístico algum tempo, seja na minha proposta de pensar e dançar o tango, e agora essa viés tomou conta desse meu diálogo com os objetos.

Dessa forma, me propus a revistar o meu primeiro experimento que surgiu dessa minha perspectiva de corpos e objetos. Inicialmente essetrabalhou nasceu com o vídeodança “Experimento Corpobolados” (2012) e logo em seguido eu e o Gabriel adaptamos e reconstruimos essa proposta para cena, a qual foi apresentada na Mostra de Dança Verão organizada pelo Centro Municipal de Dança em 2013. Para tanto tinha muita vontade de adentrar e repensar essa proposta, que surgiu como estopim para eu pensar esse encontro com os objetos e ficou adormecida até o início desse ano. Não sei, o que irá ressurgir dessa revisita a algo do passado a essas memórias antigas. Acredito que cada vez mais que essa volta ao produto que já foi construído, ao invés de propor um aprimoramento na cena que já existia irá me redirecionar para um outro lugar. Fato que já vem acontecendo nesse momento nos ensaios…

 

Bom para aguçar a curiosidade vou deixar os vídeos dos trabalhos os quais citei no texto:

 

 

 

E duas referências atuais:

 

Esse espetáculo foi visto recentemente pelo meu colaborador Gabriel Martins e tem suscitado propostas de exercícios e experimentações nos nossos ensaios.

 

 

E claro, não poderia faltar esse trabalho do malabarista Stefan Sing e da bailarina Criastiana Casadio, uma das primeiras referências de um trabalho que fosse parecido com o que desejávamos fazer.

Foto de ensaio minha e do Gabriel Martins (2013). Falta agora adicionar uma foto dos nossos momentos de ensaio atual, vou providenciar…

 

 

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Ciclos

Como falar, estudar, pesquisar sobre aquilo que fazemos na prática? Ao mesmo tempo como não falar do que está latente, do que gostamos, do que nos movem?

Enfim amanhã é primeira vez que levo a público o meu estudo de mestrado que tem girado em torno da minha própria prática. Será um primeiro momento, talvez o mais conturbado, cheio de dúvidas e inseguranças, ao mesmo tempo, possui esse frescor de novidade. Posso falar as coisas as quais acredito como artista como indivíduo, como um sujeito que vê no diálogo uma possibilidade de enxergar o mundo, no meu caso talvez de senti-lo. Feliz e ansiosa é como percebo meu corpo agora, e ao mesmo tempo agraciado pelos corpos que comigo percorreram esse um ano e dois meses de trajetória.  Tentando se preparar para enfrentar esse novo dia!

Foto: Júlia Lüdke

Foto: Júlia Lüdke